HQ Memória: fevereiro 2006 Untitled Document




































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terça-feira, fevereiro 14, 2006

VAMPIRELLA


"Vampirella é uma garota. Quando nós mandamos a capa promocional para nossas distribuidoras, eles disseram:
- Impossível! Não distribuiremos isso!
- Por que não?
- Por que é uma garota, ela tem seios, ela tem coxas.
- E daí?
- As crianças não sabem disso!
- Ora, há apenas uma organização que eu conheço que acredita nisso.. o Código de Ética das Histórias em Quadrinhos.
- Você poderia... cobri-los um pouco?
- Não! por que se nós fizermos isso, arruinaremos com a personagem que Frank Frazetta criou. E ele é italiano. E Ele virá e matará vocês!"

James Warren


Muito antes da escritora inglesa Tanith Lee escrever Sabella (Sabella or the Blood Stone), onde nos apresenta Sabella uma vampira espacial, nos quadrinhos já tínhamos a presença de uma vampira galáctica, cujo nome, Vampirella é uma combinação de Vampyr, título do filme: O Vampiro (Vampyr - 1932), do cineasta dinamarquês Carl Dreyer (1889-1968), com a terminação ella, de Barbarella.




Vampirella é a personagem mais conhecida da Warren Publishing Company, uma editora de propriedade de James Warren, o responsável pelo ressurgimento do horror nso quadrinhos norte-americanos, após um hiato de quase dez anos. Seus magazines (formato adotado para escapar dos termos do Código de Ética): Creepy (1964) e Eerie (1965 - que gerou aqui no Brasil a saudosa revista Kripta), renovaram os quadrinhos, desde o formato até a escolha dos temas, não se restringindo às figurs tradicionais do horror como lobisomens, monstros e zumbis, mas mostrando o horror de nosso dia-a-dia, infestado de loucos, maníacos e psicopatas, seguindo na mesma linha das extintas publicações da EC. Além de conar com alguns artistas dessa empresa, entre os quais Frank Frazetta, John Severin, Al Williamson e Wallace Wood, a Warren deu igualmente oportunidade ao novos desenhistas de toda a parte do globo como: Auraaleon, Azpiri, Esteban Maroto, Luis Bermejo, Joaquim Blazques, Jaime Brocal, Leo Duranona, José Gonçalez, Pablo Marcos, Gonzalo Mayo, Isidro Mones, José Ortiz, Martin Salvador, Leopoldo Sanchez e Sanjulian.




Era difícil fugir à tentação do visual criado para Vampirella:morena de rosto angelical, olhos claros e enormes, boca voluptuosa, trajando um sumário maiô vermelho que descobria a maior parte de seu corpo, além de botas e sutis ornamentos como os braceletes e os brincos em forma de asas de morcego, morcego este que estava sutilmente tatuado em seu seio esquerdo. Estreou em título próprio: VAMPIRELLA (1969). O logo da revista e as capas da revista ficaram a cargo de Frank Frazetta, os roteiros couberam a Forrest J. Ackerman, um dos maiores colecionadores mundiais de material sobre fantasia, ficção científica e horror, e coordenador da Famous Monsters of Filmland (revista sobre filmes do gênero, tbm editada pela Warren), o traje de Vampirella foi criação de Trina Robbins e como desenhista Tom Sutton foi o escolhido.


Antes de mudar de editora, ter sua origem virada e revirada, ganhar e perder poderes e ser transformada numa mera vampira gostosa em histórias fracas (comparadas com as da primeira fase), a origem da Vampirella começou assim:
Originária do planeta Drakulon, um mundo onde os rios eram de de sangue, o alimento básico de seus habitantes. Nosso tão famoso Conde Drácula, também nativo deste planeta, pesquisando sobre Drakulon, descobriu que ele iria sair de seu eixo, e que os polos iriam se inverter, as florestas desaparecer, sendo substituídas por desertos e os rios de sangue secariam e, portanto todo o povo morreria. Avisou o Conselho Científico de Drakulon a respeito de suas descobertas; porém ninguem lhe deu ouvidos. Drácula, então, entrou em contato através da feitiçaria com uma antiga e justa deusa, a Invocadora, que lhe orientou como salvar drakulon. Entretanto, ao invés de seguir os ensinamentos da Invocadora, Drácula passou a servir ao Caos, o deus louco, que com seus sete demônios: Asmodeus, Demogórgan, Fursan, Moloch, Nuberus, Valefar e Zabylon, pretendia dominar o universo. Drácula foi enviado para a Terra e iniciou seu cruel reinado de sangue.




Vampirella terminou vindo também para cá, uma vez que ficasse em Drakulon pereceria como os demais, tornando-se assim a última representante de sua raça como ela mesma se definiria: "Venho de um mundo chamado drakulon e sou da raça dos Vampiros. Posso transformar-me num morcego e preciso alimentar-me de sangue, como os humanos de água.... Sou estranha à Terra... mas não sou um monstro da noite, não sou um produto da superstição.. Última de minha raça, trago a recordação imperecível do mundo que era meu... Drakulon! As águas corriam quentes e profundas, mais vermelhas do que o vinho..Não existiam feras, existiam criaturas que se amavam e amavam a vida...Sou tudo quanto resta de um mundo que preferiu morrer a matar... Chamam-me Vampiro..Alguns me tem temor, outros me tem ódio.. pois sou estranha a todos.. Mas que as superstições não destruam a amarga doçura de Drakulon...Onde o Vampiro significava um ser gentile bondoso... Assim sobrevivi. E vivo..Tento restabelecer a gentileza e bondade perdidadas.. Sobreviverei...Recordarei as minhas raízes, a minha herança.. Sou a última da minha raça...Sou vampirella!"




Uma vez na Terra auxiliada por um velho mago, Pendragon, Vampirella lançou-senuma desenfreada luta contra Drácula e as forças do Caos. Entre seus perseguidores, contou com dois descendentes do Dr. van helsing: Conrad Van helsing um médium cego, e seu filho, Adam Van Helsing, que se apaixona por Vampirella. Graças a líquido sintético preparado por Conrad é que Vampirella conseguiu controlar sua sede de sangue, porém o composto tem efeito temporário, devendo ser tomado a cada 24 hrs.
Dentre os roteiristas de Vampirella tivemos: Chad Archer, Gerry Bourdreau, Bill DuBay, Steve Englehart, Archie Goodwin, Budd Lewis, entre outros. Seus desenhos ficaram nas mãos de artistas como: Howard Chaykin, José Gonzalez, Gonzalo Mayo, josé Ortiz, leopoldo Sanchez, Tom sutton e Zesar.





No Brasil, pouco foi publicado sobre Vampirella. A Noblet, no final da década de 70, lançou algumas edições da série original. Inclusive, com histórias apresentando o início da carreira de Howard Chaykin que, em 1991, publicou a polêmica mini-série "Black Kiss". Vampirella participou também de algumas aventuras de ROOK O Viajante do Tempo, personagem publicado no Brasil com sucesso nas páginas da revista Kripta, e teve um almanaque publicado pela mesma editora (RGE). Além dos quadrinhos Ron Goulart escreveu seis novelizações da personagem em 1976. No início dos anos 80 cogitou-se levar Vampirella para os cinemas com a modelo Barbara Leigh no papel-título, pois esta ja havia encarnado a personagem em várias capas e tinha uma legião de fãs, mas infelizmente o projeto acabou sendo engavetado.

Com a falência da Warren em 1983, Vampirella parou de circular, voltando anos depois através de outras editoras e totalmente reformulada, mas isso é outra hitória....




Consulta bibliográfica: A Ficção Científica nos Quadrinhos - Marco Aurélio Luchetti
  • postado Nikki Nixon às 7:43 PM


  • sexta-feira, fevereiro 10, 2006

    COMO CONSERVAR SUA COLEÇÃO DE REVISTAS



    - Evitar lugares fechados, úmidos, ou expostos diretamente ao sol, pois os locais fechados e úmidos são propícios à formação de fungos (mofo) e a exposição direta à luz solar enfraquece o papel acelerando seu envelhecimento e desbota as cores impressas.

    - Estantes de madeira Mesmo as de madeira maciça são pontos de formação e proliferação de cupins e traças, o uso de prateleiras de madeira exige um grande cuidado vigiando atentamente as suas condições e mantendo-a sempre limpa e encerada, sempre que necessário reforce a aplicação de verniz, mantenha-a sempre afastada da parede.

    - Guarda roupa Esse é um dos piores locais para se armazenar papel devido a dificuladade de manutenção, ambiente propício a formação de traças e mofo (principalmente em armários embutidos cuja parede abrigue tubulações de água).

    - Caixas de papelão São como as prateleiras de madeira, para terem eficiência, os cuidados deverão ser redobrados, tais como: as revistas não podem ficar socadas dentro das caixas, a compactação do papel dentro da caixa facilita o trabalho das traças, as caixas devem ser bem vedadas para evitar a entrada de poeira e insetos, ficar afastadas da parede e do chão, serem constantemente limpas e ter o seu interior vistoriado, as caixas de papelão tem a vantagem de serem porosas permitindo que o papel armazenado em seu interior "respire".

    - Prateleiras de aço São as mais recomendadas pelo fator custo-benefício, são leves, fáceis de montar, não armazenam umidade, não permitem a formação de fungos, são ventiladas e fáceis de limpar. Assim como as prateleiras de madeiras as de aço também devem ficar afastadas da parede. Observe o local onde as prateleiras vão ficar, para evitar a luz solar.

    - Plásticos Embalar as revistas em sacos plásticos e veda-los, gera a errônea idéia de conservação perfeita do papel, o plástico apenas vai evitar que se entre poeira e insetos, mas vai impedir o papel de "respirar" gerando dentro do plástico um microclima desfavorável a conservação do papel em médio-longo prazo, para que o plástico tenha a devida eficiência recomenda-se que a cada 3 meses ele seja aberto e a revista folheada para "renovar" o ar e impedir a formação do microclima, essa manutenção pode consumir muito tempo quando a coleção alcança um grande volume de edições embaladas, além da facilidade do plástico se romper ao retirar o durex ou adesivo usado para vedar a embalagem, neste caso prefira o uso de "fita mágica" ao invés do durex comum, pois este com o tempo se torna amarelo, seco e quebradiço perdendo a sua eficiência.

    - Caixas plásticas tipo "tupperware"
    São mais eficientes e práticas que as caixas de papelão, fáceis de armazenar. Mas devem ser abertas a cada 3 meses retirando as revistas e recolocando-as para renovar o ar. Uma desvantagem das embalagens plásticas é que elas não tem longa vida útil, pois com o passar do tempo podem se tornar frágeis e quebradiças, o primeiro sinal disso é quando o plástico se torna opaco e levemente amarelado, ao chegar nesse ponto recomenda-se a substituição da caixa, deve-se tambem evitar a luz solar pois esta acelera o processo de envelhecimento do plástico.

    - Retirar a poeira das revistas é o menor dos trabalhos de conservação e pode ser feito a cada 2 dias dependendo do índice de poluição onde o colecionador mora (avenidas movimentadas, fábricas, siderúgicas, estações ferroviarias e metroviárias, centros urbanos e industriais são locais de alta incidência de poeira na atmosfera). Nunca "bata a poeira" pois assim você ao invés de limpar estará compactando a poeira no papel e fazendo com que ela penetre entre as páginas das revistas, use um bom espanador ou uma flanela limpa, tenha sempre o cuidado de limpar atrás da prateleira.

    - Os grampos que prendem as páginas só enferrujarão em duas situações: umidade e maresia, para quem mora em cidades litorâneas é recomendado que se retire os grampos das revistas para evitar a formação do ferrugem.

    - Encadernar as revistas tem um efeito esteticamente bonito mas pouco recomendável, pois não colabora efetivamente na conservação da revista além de desvaloriza-la caso queira vender o volume encadernado no futuro.

    - Evite colocar as revistas deitadas para que não fiquem "empenadas", se a necessidade de guarda-las desta forma for imprescindível, alterne a posição de cada revista (uma em posiçao normal e a outra de cabeça-para-baixo sucessivamente). Ao guarda-las em pé a cada 30 cm coloque uma chapa de eucatex ou uma edição de capa dura, para ajudar as revistas a ficarem firmes sem se curvar.

    - É inevitável o amarelamento do papel, isso ocorre principalmente com o papel jornal utilizado na maiorias das revistas publicadas no Brasil, e isso não desvaloriza em nada o exemplar.

    - Naftalina e anti-mofo
    Encontrados em praticamente todos os supermercados a preços bem acessíveis, a naftalina colocada em caixas (principalmente nas de papelão) ajuda a combater a traça e outros insetos, porém após um período a naftalina se volotaliza com o ar, sendo necessário que seja reposta, sendo bastante eficiente porém tem um incoveniente: a revista fica impregnada com o cheiro da naftalina, se o colecionador não se importar com o cheiro, use-a a vontade.

    Existe um modo de utilizar a naftalina sem defumar as revistas, embrulhe as revistas em papel Kraft, dividindo em pequenos lotes, lacre bem com fita adesiva e coloque na caixa juntamente com a naftalina, desse modo as revistas ficam protegidas e não se contaminam com o cheiro, porém o incoveniente é de que vc terá de etiquetar cada pacote com a relação do conteúdo, e cada vez que vc quiser ler alguma dessas revistas, será exigido o trabalho de desfazer o pacote e refaze-lo posteriormente. Não utilize plásticos pelos motivos acima descritos, utilize o papel para embalar as revistas.

    O anti-mofo ou desumidificador é altamente recomendado para armários fechados e guarda-roupas, pois ele minimiza com grande eficiência o surgimento de fungos, porém, assim como a naftalina, o seu tempo útil de uso é limitado, o que exige uma reposição periódica. Na internet pode-se encontrar receitas caseiras para fabricação de desumidificadores.

    - Animais
    Ter cuidado com a presença de animais de estimação junto a suas revistas, maritacas e papagaios adoram picar papel, gatos gostam de subir sobre as revistas para afiar suas garras, e revistas soltas perto de cães podem invariavelmente acabar na lixeira sem direito a recuperação. Muitas vezes o seu melhor amigo pode ser mais destrutivo que uma criança munida de tesoura e canetinhas.

    - Manuseio
    Esteja sempre com as mãos limpas ao manusear suas revistas, a pele das mãos é bastante oleosa e se estiver suja pode marcar as páginas, portanto tenha cuidado ao exercer o hábito de comer lendo. Muitas revistas por terem uma má qualidade de impressão nas capas, acabam ficando marcadas pelos dedos quando seguras por algum tempo, neste caso use uma mesa de leitura como apoio para evitar esse incoveniente, pois existem edições que chegam literalmente a soltar a tinta e borrar. Fique atento também quanto aos líquidos, papel e água (suco, refrigerante, leite, etc..) não combinam de forma nenhuma.

    Evite dobrar a revista para trás durante a leitura, isso "empena" a revista, estraga a lombada e solta as folhas, sejam estas coladas o grampeadas, o mesmo vale para quem deixa a revista aberta com a lombada voltada para cima.
    Ao interromper a leitura não dobrar a quina da página para indicar o ponto de leitura, isso marca o papel, para tal tarefa utilize um marcador de páginas.

    - Organização
    Relacione todas as revistas que possui indicando número, editora, estado de conservação, etc.. para ter um perfil completo da sua coleção. Para tal pode-se usar diversos meios que vão do prosaico caderno com os títulos listados a mão, passando pelas planilhas de Excell ou arquivos de Word até chegar a softwares próprios para tal finalidade.

    - Softwares
    Existe na internet uma diversidade de programas de registro de coleções, alguns são pagos, outros não, dos pagos indicamos o HQBOX totalmente em portugues, porém este se encontra a um bom tempo sem atualização. Dos freewares indicamos o SICREQ, também totalmente em portugues, e já vem com uma extensa lista de revistas pré cadastradas além de opções detalhadas no registro de cada revista tais como: formato, historias, desenhistas, roteiristas, imagem da capa, resumo das histórias, etc..

    Endereços para download:
    HQBOX: http://hq.amedia.com.br/
    SICREQ: http://www.omelete.com.br
    Tutorial SICREQ: http://www.megaupload.com/pt/?d=4KW2DSVJ
  • postado Nikki Nixon às 4:59 PM